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Pesquisa mostra que o Canal de Santa Cruz contém contaminantes prejudiciais ao ambiente

Título da Monografia de Graduação

Pesticidas organoclorados e bifenilas policloradas no Canal de Santa Cruz, PE

 

Resumo para Divulgação

Pesticidas organoclorados e bifenilas policloradas são compostos tóxicos que pertencem ao grupo de poluentes orgânicos persistentes (POPs). Os pesticidas organoclorados - com destaque para o DDT - foram utilizados em grande escala para o controle de pragas na agricultura e em campanhas de saúde pública (combate a vetores de doenças). Por outro lado, as bifenilas policloradas - mais conhecidas como PCBs - foram usadas em vários produtos e equipamentos do setor industrial. Esses compostos foram sintetizados pelo homem e apresentam uma lenta degradação na natureza, onde permanecem por muitas décadas. Assim, os POPs acumulam-se no sedimento e em diversos animais (que têm baixa capacidade de metabolizá-los), causando uma contaminação em cadeia nos organismos vivos, incluindo o homem. Esses poluentes podem desencadear danos aos sistemas reprodutivo (incluindo malformação em fetos), nervoso, endócrino e imunológico, além de estarem associados a diferentes tipos de câncer. Por isso, a produção, uso e comercialização de POPs estão proibidos no Brasil embora eles ainda sejam frequentemente detectados no meio ambiente devido a sua persistência. Um estudo desenvolvido no OrganoMAR investigou a concentração desses contaminantes no sedimento do Canal de Santa Cruz, uma região estuarina de grande importância econômica e ecológica para o Estado de Pernambuco. Os resultados da pesquisa indicaram a presença de POPs nos sedimentos do estuário. De uma maneira geral, as concentrações de POPs são consideradas baixas, quando comparadas a outras regiões costeiras mais urbanizadas e industrializadas, como o estuário do Rio Capibaribe. Segundo a legislação ambiental, as concentrações de PCBs encontradas no Canal de Santa Cruz não oferecem risco ao ecossistema do local. Entre os pesticidas organoclorados foram encontrados sete compostos ao longo do Canal de Santa Cruz: a-clordano, ¿-clordano, p,p’-DDD, o,p’-DDE, p,p’-DDE, metoxicloro e mirex. Entre eles, os compostos p,p’-DDD e p,p’-DDE foram detectados em concentrações acima daquelas permitidas pela legislação ambiental (resolução CONAMA 454/2012) em alguns pontos do estuário. Isso significa que esses compostos podem ocasionalmente afetar a saúde de animais que vivem no sedimento do estuário. Este fato, por sua vez, teria potencial para prejudicar atividades de pesca que tradicionalmente tem um papel importante na subsistência e no emprego da população local.

 

Contato para Informações

Amanda Tavares Alves da Silva

 

Apoio Financeiro

CNPq- ---------FACEPE

Data da última modificação: 18/05/2018, 11:58