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Pesquisadores da UFPE publicam artigo sobre a resposta imune gerada pela CoronaVac

Estudo foi feito imediatamente após a liberação da imunização nos profissionais de saúde no Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob a orientação da professora Cristiane Moutinho, do Departamento de Antibióticos, acabam de publicar o artigo “Memory elicitation, T-cell response and antibody production: an independent study of an inactivated entire virus vaccine (CoronaVac)” (“Elicitação de memória, resposta de células T e produção de anticorpos: um estudo independente de uma vacina de vírus inteiro inativada (CoronaVac)”, em português). A publicação, que trata sobre a resposta imune gerada pela CoronaVac, saiu nos Anais da Academia Brasileira de Ciências. O artigo foi produzido de maneira independente, ou seja, sem vínculo com o Instituto Butantan (SP) ou os pesquisadores que formularam a CoronaVac.

“Fizemos uma pesquisa que visava compreender se as duas doses da vacina apresentavam diferença no perfil de resposta imunológica, especificamente geração de células de memória e produção de anticorpos em profissionais da saúde do Hospital das Clínicas (HC) da UFPE que lidavam diretamente com pacientes internados com covid-19. Por mais que pareça um estudo redundante, afinal a vacina já está em utilização pela população, não tivemos acesso aos resultados imunológicos de clinical trial [ensaio clínico] da vacina, por detenção de direitos da farmacêutica Sinovac e Anvisa. Além disso, este estudo foi feito imediatamente após a liberação da imunização nos profissionais de saúde do nosso país”, explica a professora.

De acordo com a docente, os resultados demonstraram que a vacina possui uma ação progressiva de elicitação da resposta imunológica a cada dose administrada. O reforço da CoronaVac produziu aumento de resposta imune tanto celular (linfócitos) como humoral (anticorpos) e não houve diferença de títulos de anticorpos para os indivíduos que haviam se infectado previamente com o vírus. “Esse último resultado foi importante para desmistificar a crença de que quem havia se contaminado com o vírus e tomava a vacina produzia mais anticorpos que os que nunca se contaminaram. Por fim, os resultados hematológicos e bioquímicos dos indivíduos não demonstraram alterações entre as doses e nem após a segunda dose, demonstrando, além da eficácia, a segurança na administração do imunizante”, afirma.

Mais informações
Professora Cristiane Moutinho

cristianemout@gmail.com

Data da última modificação: 11/07/2022, 16:12