Departamento de Patologia
Museu de Patologia
Histórico
Em 1895, ocorreu a primeira tentativa de criação de uma Faculdade de Medicina em Pernambuco, mas só em 1914, a Congregação da Faculdade de Farmácia, da qual fazia parte um grupo de professores médicos, decidiu aprovar, por unanimidade, a sua criação. Em 1915, o Dr. Octávio de Freitas escolhido, por aquela Congregação, também por unanimidade, Diretor da Faculdade de Farmácia, conclamou seus colegas a escolherem os futuros professores da Faculdade de Medicina e assim, em abril de 1915, foi instalada a 1ª Congregação da nova Faculdade de Medicina.
Em 04 de maio de 1920, realizou-se a 2ª Congregação da Faculdade de Medicina do Recife, que aprovou a ata da reunião de 05 de abril de 1915, data reconhecida como a da fundação da FACULDADE DE MEDICINA DO RECIFE.
O primeiro vestibular ocorreu em junho de 1920, com 29 candidatos inscritos e 15 aprovados. A aula inaugural foi realizada no dia 16 de julho de 1920 e proferida pelo Dr. Octávio de Freitas.
A primeira turma formou-se em 1925. A Faculdade de Medicina do Recife funcionou no prédio da Faculdade de Farmácia de 1920 a 1927, localizada na Rua do Sebo, hoje Barão de São Borja. Em abril de 1927, a Faculdade de Medicina do Recife passou a funcionar no Derby, hoje sede do Memorial da Medicina.
Em 1928, foi equiparada às demais faculdades oficiais do Brasil, mas só em agosto de 1946 foi incorporada à Universidade do Recife. Em 1949, foi federalizada e passou a integrar a Universidade do Recife, com o então nome Faculdade de Medicina da Universidade do Recife, continuando a funcionar com sede no prédio do Derby com as cadeiras básicas e nos Hospitais Pedro II, Santo Amaro, Hospital Infantil Manoel Almeida, Hospital da Tamarineira, Hospital do Centenário e Maternidade do Derby com as cadeiras clínicas.
Tradicionalmente, as colações de grau ocorriam no Teatro Santa Isabel e sempre no dia 8 de dezembro. De 1925 a 1957, foram formados 2.154. médicos. Em 1958, a Faculdade de Medicina da Universidade do Recife deixou sua sede no prédio do Derby, transferindo-se para o campus da Universidade no Engenho do Meio, permanecendo aí até 1975, quando então sua Congregação foi extinta, suas instalações cedidas para o Centro de Ciências da Saúde (CCS), por força da reforma administrativa projetada desde 1964.
Atualmente o Curso funciona no Hospital das Clínicas - Bloco B - 3º pavimento, situado à Av. Prof. Moraes Rego, s/nº - Cidade Universitária. CEP: 50.670-420.
Até 2005, mais de 10.000 médicos haviam se formado pela Faculdade de Medicina do Recife, Faculdade de Medicina da Universidade do Recife, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e Curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco.
Acervo
O material é proveniente de coleta realizada nos cadáveres necropsiados no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) por doação feita pelos familiares, mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ou vindo de diversos hospitais privados ou públicos da Região Metropolitana do Recife (RMR).
O Museu de Patologia contém estantes apropriadas para armazenar as peças anatomopatológicas, estando as mesmas acondicionadas em vidro ou bolsas plásticas conservadas em solução de formol à 10 %. As peças são devidamente dissecadas para facilitar a visualização da alteração morfológica.
Seu acervo é composto de aproximadamente 1.448 peças anatomopatológicas dos mais diferentes processos patológicos e está organizado por sistemas para facilitar a organização e estudo das peças. São eles: cardiovascular (A), respiratório (B), digestório (C), reprodutor (D), urinário (E), patologia feto-placentária (F), osteoarticular (G), nervoso (H), hepático e vias biliares (I), patologia endócrina (J), malformações (L), patologia de retículo (M), patologia cutânea (N), órgãos normais (O), patologias das partes moles (P) e patologia dos olhos (Q).
Atividades
Coleta de peças anatomopatológicas no SVO, para produção de material didático-prático;
Manutenção e acondicionamento de todo material didático-pedagógico utilizado nas aulas práticas macroscópicas, nas disciplinas de graduação e pós-graduação do Departamento;
Coleta e manipulação de material biológico para pesquisa realizada por alunos da pós-graduação do Departamento de Patologia e outros Departamentos;
Realização de visitas, previamente agendadas, de alunos provenientes de escolas das redes municipais, estaduais e privadas de níveis fundamental e médio, bem como cursos técnicos da área de saúde, faculdades particulares e outras instituições públicas de ensino superior.
Utilização de seu acervo para desenvolvimento de pesquisas, exposição em feiras de ciências ou encontros científicos.
Pode-se observar a ampla difusão do conhecimento, através da integração ensino/pesquisa/ extensão nas atividades desenvolvidas no Museu de Patologia.
Objetivo
O Museu de Patologia tem como objetivo adquirir, manter e produzir material didático para o ensino de graduação e pós-graduação em Patologia e áreas afins. O seu acervo encontra-se também à disposição da comunidade universitária da UFPE e de outras instituições de ensino e/ou pesquisa com interesse através da realização de visitas.
As atividades desenvolvidas no Museu de Patologia da UFPE são feitas pautadas pela ética, respeito e disciplina, objetivando o desenvolvimento do conhecimento e o aprimoramento científico no estudo das alterações morfológicas.
Importância do Museu de Patologia
As aulas práticas têm se mostrado de extrema importância para o processo de ensino-aprendizagem na formação do profissional em saúde, potencializando a fixação e a contextualização do conhecimento teórico permitindo que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos. Além disso, as aulas práticas servem de estratégia e podem auxiliar o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um mesmo tema.
Os museus criados especialmente em âmbito acadêmico têm missão básica relacionada às universidades, ou seja, ao ensino, à pesquisa e à extensão a partir dos saberes apresentados em seu acervo. Por meio deles o público em geral tem sua atenção despertada para o conhecimento científico adquirido nesses ambientes e que se encontra em exibição. Toda exposição de museu seja ela contemplativa ou interativa, se constitui na forma de comunicação, que é a característica básica dessa instituição. Essa afirmação aponta para a importância da difusão e, fundamentalmente, para a popularização das ciências nesses espaços, sensibilizando o público leigo, escolar e universitário para as questões científicas.
Normas para utilização
Protocolo de entrada de peças não-formolizadas para o Museu:
Coletar a peça com o respectivo diagnóstico;
Imersão em formol a 10 % para fixação, por no mínimo 48 horas;
Registrar a peça no Livro de Registro e no Livro de Diagnóstico numerando-a de acordo com o Livro de Diagnóstico do Museu;
Anotar o número da peça com o respectivo diagnóstico em um papel, identificando-a até ser plastificada e/ou acondicionada em vidro.
Alunos do Mestrado de Patologia - UFPE:
Não é permitida a entrada de peças no Museu de Patologia durante o período de aula, devendo-se esperar o término das mesmas;
Deve-se agendar, previamente, o horário de atividades dos pós-graduandos, para não entrar em conflito com os horários de aula e as atividades das funcionárias do Museu;
Não deixar resíduos de materiais biológicos na pia e/ou bancadas, devendo-se acondicioná-los em sacos adequados e descartá-los no SVO;
As bancadas e materiais utilizados devem ser limpos com sabão, cloro e álcool a 70%;
Evitar, ao máximo, a exposição de formol desnecessariamente para todos que utilizam o Museu;
Não riscar as peças (sacos plásticos e vidros), nem as mesas, durante as aulas práticas;
Só as funcionárias do museu estão autorizadas a alterar as peças e os Livros de Registro, bem como manuseio do computador.
Alunos de graduação dos Cursos de Saúde da UFPE:
A porta deve ser mantida fechada (ar condicionado);
Não é permitido riscar as peças e as mesas;
O lixo deve ser jogado na lixeira;
Antes de saírem, os bancos devem ser colocados embaixo das mesas.
Alunos visitantes (nível fundamental, médio ou superior) de outras instituições públicas e/ou particulares:
Não é permitido o empréstimo de peças do museu, seja ela qual for;
É permitido fotografar mediante a apresentação de ofício esclarecendo o objetivo didático pela respectiva escola, após prévio agendamento.
Metas
Preparação de lâminas histopatológicas correspondentes a cada nova peça que der entrada no acervo do Museu, ampliando o estudo da morfopatologia com a presença de peças anatomopatológicas para o estudo das características macroscópicas das lesões e de lâminas, para o estudo das características microscópicas. Melhorando o trabalho de ensino-aprendizagem que vem sendo realizado no Departamento de Patologia;
Desenvolvimento do banco de imagens, o qual tem por objetivo facilitar o estudo por parte dos alunos das disciplinas oferecidas no Departamento de Patologia, com a confecção de fotos das peças do acervo do Museu antes e após a fixação em solução de formol a 10%, bem como das lâminas histopatológicas a serem preparadas;
Desenvolver um registro do histórico da doença do paciente, do qual a peça foi coletada, a fim de associar a etiologia ao estudo da morfopatologia, facilitando assim a compreensão dos alunos da patogenia e fisiopatogenia;
Preparação de peças através de novas técnicas de anatômicas, visando melhor conservação das peças e menor risco àqueles que frequentam o Museu de Patologia, uma vez que o formol possui características carcinogênicas e teratogênicas, comprovadas cientificamente;
Construção de uma sala específica para preparação de peças, separando o ambiente das aulas do ambiente de dissecação e formolização de peças, melhorando a qualidade de trabalho e estudo, uma vez que haverá a diminuição de exposição ao formol;
Consolidar-se, como um centro de referência em excelência técnico-científico na área de Patologia Humana, incorporando a qualidade a todos os seus processos, produtos e serviços;
Investir na capacitação dos recursos humanos, incentivando o autodesenvolvimento e valorizando as competências e talentos;
Aliado a uma nova Política de Gestão da Qualidade, oferecer no futuro, novos serviços (imagens, lâminas, cursos) de qualidade, comprometidos com o desenvolvimento sustentável, buscando continuamente a melhoria com foco nas exigências e expectativas da demanda.
Equipe responsável (Técnicas em Anatomia e Necrópsia):
Nadja Elisabeth Pereira Lopes
Tatiana Barros Ferreira Lira
Fone: 2126-7521